Os 27 funcionários da unidade iniciaram as atividades ontem, após 80 horas de capacitação
Os 27 servidores da nova unidade da Fundação Casa, localizada na rua Alvares Cabral, 466, no centro da cidade, iniciaram as atividades ontem, após 80 horas de capacitação, que terminou na última sexta-feira(6). Os menores infratores começam a chegar ao local nos próximos dias, segundo o diretor da unidade Júlio Padovan.
“A unidade está pronta e apta a receber os menores, ainda não temos nenhum pedido de vaga, mas a partir dos próximos dias os mesmos devem começar a chegar. A decisão da internação em regime semiaberto parte do poder judiciário. Trabalharemos com duas medidas, tanto com a inicial, ou seja, a primeira forma de pena, como com a redução da pena, aquela que o menor deixará a internação para exercer atividades na nossa unidade”, explicou Padovan.
Entre os funcionários que estão atuando na unidade de semiliberdade estão psicólogo, assistente social, educador físico, pedagoga, além de trabalhadores responsáveis pela segurança, administração e parte operacional do local.
A unidade é voltada aos menores infratores em grau mais leve, onde eles podem utilizar os serviços da sociedade, como escola e cursos. São 20 vagas apenas para meninos e não haverá dias de visitas. Os familiares serão convidados a comparecer à unidade em datas diferentes para o acompanhamento dos trabalhos. Os menores poderão ir para casa todo fim de semana. Em caso de descumprimento do regimento interno os jovens perdem os direitos gradativamente. No caso de novo ato infracional podem até mesmo retornar ou iniciar o regime de internação.
Padova explica que os menores serão inclusos em atividades escolares em unidades educacionais tradicionais da região e cursos extracurriculares. No interior das unidades os internos terão atividades de ética, cidadania e valores, bem como reforço escolar, aulas culturas e assistência psicológica.
Segundo a assessoria de imprensa da Fundação Casa os menores terão uma vida normal, pois não são considerados perigosos. Para exercer as atividades escolares e cursos eles poderão caminhar até a unidade escolar, caso a mesma seja perto da Fundação ou será estudado transporte por viatura ou repasse de verba para utilização de ônibus circular.
Os moradores e comerciantes que residem próximos ao local foram contra a instalação e conseguiram um abaixo assinado com adesão de 1,5 mil adesões. O advogado do grupo de moradores deve entrar com pedido de medida cautelar contra a decisão, pautada nas irregularidades contra o Código de Posturas com a instalação da instituição neste local nos próximos dias.
Segundo a comerciante Silvia Godinho, 39, o abaixo assinado ainda está circulando pelo bairro para aquisição de maior número de assinaturas, para que o advogado tome as medidas judiciais. “Desde cedo sabíamos que a unidade seria instalada. Agora estamos prevendo alternativas. Não somos contra a unidade, porém estamos inseguros e temos conceito formado da antiga Febem, espero que aumente a segurança no local”.
Outra comerciante da região, Renata Felicissimo, 37, afirma que assinou o abaixo assinado, porém agora que a unidade foi instalada espera que tenha segurança e supervisão policial. “Fomos conta, mas agora não adianta brigar, espero que não tenhamos problemas e tenha maior segurança, pois estamos no centro da cidade”, afirma Renata.
O tempo médio de permanência dos jovens, de 12 a 21 anos na unidade é de seis meses, mas pode chegar até três anos, como prevê o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
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