Unidade de São Carlos, SP, recebe infratores de 125 cidades paulistas.
Número de apreendidos subiu 20% no Estado de São Paulo neste ano.
Um levantamento da Fundação Casa revelou que 80% dos 64 internos que estão em regime fechado na Fundação Casa de São Carlos (SP), cometeram roubo ou tráfico de drogas. Além disso, nos seis primeiros meses de 2013, o número de menores apreendidos no Estado de São Paulo subiu 20% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Segundo a secretária de Cidadania e Assistência Social Wiviane Tiberti, os principais atos infracionais cometidos por menores são o tráfico, porte de drogas, roubo e direção sem habilitação. “Cabe ao juiz e o promotor da vara da infância e da juventude decidem o futuro dos jovens, de acordo com a infração. As medidas socioeducativas podem ser a liberação natural, liberdade assistida, prestação de serviço a comunidade ou internação na Fundação Casa”, explicou.
A dona de casa Adriana Praxede teve dois filhos apreendidos pela polícia e levados ao Núcleo de Atendimento Integrado (NAI), espaço que recebe menores que cometeram pequenas infrações. “Eles estavam dentro do quintal de uma casa, junto com outros elementos, tentando invadir. Eu fiquei desesperada na hora, sem saber o que fazer, bateu uma dor no coração. Nenhuma mãe espera que isso aconteça com os filhos”, lamentou.
Segundo o delegado Rogério Fakhany Vita, é preocupante o reflexo dos jovens envolvidos com drogas. “O envolvimento dos adolescentes com o mundo das drogas pode ser a principal razão para o aumento dos menores no mundo da criminalidade”, associou.
Fundação Casa
A Fundação Casa de São Carlos recebe jovens de 125 municípios paulista. Um adolescente de 16 anos que não quis se identificar se envolveu com o tráfico e está internado há três meses. “Estar recluso é um momento para refletir sobre os atos infracionais que cometeu”, contou.
Mas para manter os jovens reclusos custa caro. “A internação que é a medida mais severas delas é a UTI do sistema, em torno de R$ 7,5 mil por mês, e a UTI custa caro” explicou o Diretor Regional da Fundação Casa, Guilherme Astolfi.
Apesar do aumento de apreensões, a Fundação Casa informa que a reincidência tem caído. Há sete anos, eram 30%, já no ano passado, o número caiu para 13,5%. Mesmo assim, o diretor reconhece que muitos obstáculos precisam ser superados para garantir a recuperação dos jovens.“Costumo dizer que 90% dos garotos estão aqui por falta de oportunidade”, contou.
Os internos aprendem a repensar as próprias atitudes. Um jovem de 17 anos que não quis se identificar vendia drogas em Porto Ferreira. “Estou bastante arrependido, há seis meses internado eu faço planos, quando retornar a sociedade quero virar MC”, contou.
Medidas
A Secretaria de Segurança Pública do Estado informou que reforça o desenvolvimento de programas para evitar que os menores caiam na criminalidade.
http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2013/08/80-do-total-de-internos-da-fundacao-casa-traficaram-drogas-ou-roubaram.html
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