sábado, 25 de janeiro de 2014

Polícia diz que 6 em cada 10 menores infratores em Cuiabá são reincidentes

Dados de 2013 são da Delegacia Especializada do Adolescente na capital.
Número de adolescentes envolvidos em atos infracionais cresceu 80%.

Do G1 MT

A cada dez menores de idade apreendidos em Cuiabá durante o ano de 2013, seis já tinham cometido outras infrações. O levantamento é da Delegacia do Adolescente (DEA) da capital e serve como um alerta de que os atuais programa das de ressocialização não estão funcionando. Segundo a delegacia, o número de menores envolvidos em atos infracionais no ano passado cresceu 80% em relação a 2012.
“Eles praticam o ato infracional, são responsabilizados por isso e mesmo assim voltam a praticar novamente os atos”, diz o delegado adjunto da DEA, Eduardo Augusto Botelho. E, apesar da quantidade de adolescentes que cometeram os atos ter aumentado, as vagas para internação dos infratores não cresceram.
De acordo com a juíza da Primeira Vara da Infância e Juventude, Gleide Bispo Santos, 93 menores estão internados no Centro Socioeducativo de Cuiabá, também conhecido como Complexo do Pomeri. Entretanto, a capacidade do local é de 64 vagas.

“O sistema socioeducativo de Mato Grosso, e nós estamos denunciando isso há certo tempo, está completamente falido. Mato Grosso não está investindo no sistema socioeducativo. Só para se ter uma ideia, só temos essa unidade aqui em Cuiabá, a do  Pomeri, que recebe menores do estado inteiro”, diz a magistrada.
E muitos menores que deveriam ser encaminhados para internação cautelar estão sendo liberados por falta de espaço.  Atualmente, o Centro Socioeducativo está interditado para a entrada de novos infratores. A reforma que já deveria estar concluída, segundo a juíza, ainda não começou.
“Se a unidade está inclusive interditada, isso significa dizer que os adolescentes não estão sendo trabalhados como deveriam. Não existe o trabalho de ressocialização. O adolescente está sendo retirado do convívio da sociedade, segregado por um tempo, e volta novamente sem ser reeducado”, afirma.
A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Mato Grosso ainda não definiu o que será construído no espaço da ala que foi demolida no Pomeri. Informou que o trabalho está na fase de projeto.

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