A previsão feita no começo do ano pelo governo do Estado de que o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Joinville seria
inaugurado ainda em 2013 está ameaçada. A unidade terá capacidade para
78 adolescentes infratores que cometeram crimes mais graves. A
pouco mais de dois meses do fim do ano, não há abastecimento de água e o
prédio ainda tem problemas que vão exigir uma série de consertos antes
mesmo da inauguração.
Pelo menos três frentes de trabalho foram
postas em prática nos últimos dias: uma para contratar e treinar o
pessoal, outra para concluir as obras e uma terceira para garantir o
mobiliário e o material. A Secretaria da Justiça e Cidadania (SJC) trava
uma corrida contra o tempo para colocar em prática o projeto anunciado
há 15 anos, fruto de um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o
Ministério Público Estadual.
Os quase cem profissionais –
incluindo assistentes sociais, psicólogos, instrutores, enfermeiros,
agentes sócioeducativos, dentista e médico – já foram contratados e
estão sendo treinados em módulos de um curso de formação continuada, com
aulas em dois turnos, na Escola Básica Germano Timm. Os salários já
estão sendo pagos para uma parte deles.
O complexo de 20 prédios,
construído em terreno praticamente do mesmo tamanho da área onde está a
Penitenciária Industrial de Joinville, está escondido no meio da mata
na Estrada Dedo Grosso, zona Oeste de Joinville. Num raio de pelo menos
quatro quilômetros, só há algumas casas, uma estradinha de terra que dá
acesso à SC-413 e muita mata fechada e lavouras de arroz.
Embora a
obra já tenha sido entregue ao governo, não há um sistema de
distribuição de água potável – um poço artesiano deve abastecer a
unidade – e, o mais grave, alguns problemas já foram detectados e podem
estar ligados à estrutura do imóvel, localizado numa área alagadiça. A
Secretaria de Justiça e Cidadania garante que em algumas semanas será
possível começar as atividades.
Expectativa é de que prazo seja cumprido
Segundo
Bruno Sartor, diretor substituto do Departamento de Administração
Socioeducativo (Dease), órgão ligado à SJC responsável pela obra e pela
gestão do futuro complexo, embora a previsão de entrega – que era
setembro deste ano – tenha sido adiada, ainda há esperança de que a
unidade seja aberta em 2013.
— Os servidores estão passando pela
formação necessária. O mobiliário já foi comprado, está em fase de
entrega. Nossa expectativa é de que abra neste ano — disse.
É o que também espera o Ministério Público estadual.
— Ainda
faltam alguns detalhes, como a água e os equipamentos, o mobiliário.
Espero que até o fim do ano esteja funcionando — disse o promotor Sérgio
Joesting, da 4ª Promotoria da Infância e Juventude de Joinville. Ele
lembra que, embora haja alguns problemas na estrutura, não há algo grave
o suficiente para impedir o início do trabalho.
Dois gargalos
Quando
começar a receber crianças e adolescentes infratores, o Case de
Joinville já terá dois gargalos para resolver: o número de infratores
que precisam ser internados é superior ao número de vagas e será preciso
uma nova seleção, já que não há servidores suficientes.
http://www.clicrbs.com.br/especial/sc/horadesantacatarina/19,0,4307958,Inauguracao-de-centro-de-internacao-para-menores-infratores-de-Joinville-esta-ameacada.html
Crianças não cumprem medida socioeducativa e sim bandidos em forma de menor
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